Por que criei o Papai do Ano?

Afinal, por que eu, um artista da música, resolvi criar um espaço para falar sobre paternidade?

Manso

5/24/20252 min read

Em janeiro, poucos dias depois do meu aniversário de 32 anos, descobri que meu maior sonho se tornaria realidade: eu me tornaria pai, finalmente.

Um turbilhão de sentimentos tomou conta de mim: felicidade, gratidão, expectativa — mas também medo, insegurança e um monte de perguntas sem respostas. Diante de tudo isso, senti uma necessidade urgente: entender o que é ser pai.

Cresci sem a presença do meu pai e, pelo menos num primeiro olhar, essa ausência não pareceu me causar grandes feridas — afinal, fui criado por uma mãe extraordinária. Mas, por mais maravilhosa que ela tenha sido, ela foi, ainda assim, uma mãe — e não um pai. Me faltou a referência paterna.

Agora, diante da minha própria paternidade, foi inevitável: eu precisava entender como ser o melhor pai possível para o meu filho.

Quando a gente busca conteúdos sobre paternidade na internet, até encontra bastante coisa. Mas, na maioria das vezes, o pai aparece como alívio cômico — ou, no máximo, como um assistente da mãe.

Isso, por si só, não é um problema. Cada família encontra o seu caminho — e falo isso com toda a sinceridade do meu coração. Existem famílias com raízes mais tradicionais, onde a mãe assume o papel central na criação dos filhos e o pai se sente confortável como coadjuvante — e tudo bem.

Mas aqui em casa, decidi ser co-protagonista nessa jornada. Quero que minha esposa se sinta amparada pela minha paternidade — assim como eu espero me sentir acolhido pela maternidade dela. Percebe a diferença? Não quero que o sentimento de ‘ajudar a mãe’ seja o limite da minha atuação como pai.

E foi nesse contexto que surgiu a ideia do Papai do Ano.

Criei este site pensando em quem está prestes a se tornar pai - ou mesmo está planejando sê-lo - e busca um espaço onde possa ler sobre essa experiência única que é a paternidade. Aqui, quero compartilhar minha experiência real e imperfeita. Um lugar pra falar com franqueza sobre os dilemas, aprendizados, erros e acertos que fazem parte da paternidade vivida de verdade.

Quero oferecer o olhar de um pai sobre temas que, muitas vezes, são tratados apenas sob a ótica materna. Quero contar o que tem funcionado comigo, o que não funcionou, o que eu aprendi na marra. Também pretendo dividir dicas práticas — desde reflexões até listas com aquisições que, de fato, me ajudam no dia a dia da paternidade.

O Papai do Ano não é um manual. É um diário aberto. Um espaço de troca, acolhimento e verdade, onde a gente vai aprendendo junto.

Essa jornada é longa. Talvez infinita. Porque mesmo quando um filho já anda com as próprias pernas, a gente nunca deixa de ser pai, né?

Quem sabe, daqui a uns 20 anos, eu volte aqui pra escrever um artigo chamado: “Meu filho saiu de casa. E agora?” — e a gente explore esse outro lado da paternidade, que com certeza também terá seus dilemas. Mas até lá, temos uma estrada inteira pela frente.

Antônio, meu filho, este site é, antes de tudo, pra você. Espero que, no dia em que conseguir ler este texto com clareza, sinta orgulho do seu pai. Que venha me dar um abraço apertado e diga que fui — de verdade — o melhor pai do mundo.